Flip 2015: a festa literária que levou os alunos do Cotuca a Paraty

Mais de 30 alunos do Cotuca foram à 13ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) que contou neste ano com 39 autores e teve como homenageado o escritor Mário de Andrade. Os alunos viajaram com os professores André Pasti, Luiz Seabra Junior, Simone Vianna e Cristiane Megid quase 400 km até a cidade de Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro, para participarem de três dos cinco dias da festa que completa 13 anos de existência em 2015. O evento é considerado uma das principais festas literárias da América do Sul e é realizado pela Associação Casa Azul desde 2003.

Todo ano, a Flip homenageia um escritor. Dentre os prestigiados, podemos citar Vinicius de Moraes, Jorge Amado e Graciliano Ramos.

Essa foi a segunda vez que o colégio realizou uma viagem para a festa. Os estudantes participaram de cinco mesas literárias. Dentre elas, destacou-se “Amar, verbo transitivo” com a participação da escritora brasileira Ana Luisa Escorel e da escritora israelense Ayelet Waldman. Elas discutiram a construção das relações familiares na literatura. Fez muito sucesso também a mesa “Jornalismo de guerrilha”, que substituiu “Encontro com Roberto Saviano”, e contou com a presença do jornalista inglês Ioan Grillo e do mexicano Diego Osorno. Essa mesa discutiu o crime organizado, mesmo tema que o italiano Roberto Saviano discutiria, caso não cancelasse sua ida ao evento. O jornalista foi jurado de morte pela máfia de seu país e precisou permanecer na Europa por motivos de segurança, mesmo sabendo que era uma das atrações mais esperadas do evento.

Além de participarem da festa, os alunos também puderam conhecer, com guias turísticos, o Centro Histórico de Paraty, um patrimônio histórico tombado, considerado pela UNESCO como “o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso”. Os casarões coloniais, ricos em expressões artísticas e culturais, abrigam diversas lojas, restaurantes e pousadas. A arquitetura típica do Brasil Colônia enriquece a cidade que, durante o período colonial, foi sede do porto exportador de ouro mais importante do país. Atualmente, Paraty é um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil.

Conversando com os alunos, é possível perceber a grande satisfação de terem participado do evento. Para Karina Bosqui, aluna do terceiro ano do curso técnico em Alimentos, a viagem proporcionou um estudo diferenciado, levando os alunos a um ambiente repleto de cultura. “Depois de uma viagem como essa, passei a enxergar com outros olhos a escrita, que deixou de ser somente uma obrigação da escola e do vestibular”, disse a estudante. Já Gabriela Vicenssuto, também aluna do terceiro ano de Alimentos, recomendou a festa a todos os alunos: “Achei um evento muito bem organizado, repleto de atividades interessantes e que promovem discussões diferentes daquelas que acompanhamos no dia-a-dia”.

A professora de Língua Portuguesa, Simone Vianna, comentou sobre a importância de uma escolha cuidadosa das mesas literárias que os alunos participariam. “Em 2013, quando fomos à Flip pela primeira vez, assistimos a algumas mesas muito acadêmicas, que não foram totalmente compreendidas pelos alunos. Pensando nisso, a escolha da programação para este ano privilegiou mesas cujos temas já tivessem sido abordados em sala, como, por exemplo, o atentado ao Charlie Hebdo, o feminismo e a descriminalização da maconha. Acredito que houve um maior aproveitamento em relação ao ano de 2013. Não diria, porém, que o aproveitamento foi máximo, pois sempre há imprevistos. Não conseguimos, por exemplo, assistir às duas peças teatrais previstas na programação, em decorrência da lotação do espaço”, disse a professora.

Quando questionada sobre a possibilidade da viagem acontecer em 2016, Simone disse que há a possibilidade porém tudo dependeria de uma série de fatores como qual autor seria homenageado, quais professores estariam disponíveis para a viagem e a data do evento.

 

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