Cotuca visita Miró e assiste a Galileu de Brecht

 

No dia 28 de junho, o professor Edson, junto com a professora Cristiane Megid, Simone Vianna, Patrícia Cortelazzo e André Pasti, realizaram  um passeio cultural a São Paulo para assistir à peça de teatro Galileu Galilei e visitar a exposição do artista catalão Joan Mi­ró. Apenas 42 alunos puderam participar do evento havendo, para isso, um sorteio. O passeio teve o custo total de R$ 41,50, valor do ingresso para o teatro. 

A peça continua em cartaz, assim como a exposição de Miró (confira as informações dos eventos ao final desta matéria).

 

A Força da Matéria – Exposição de Miró

Ir a uma exposição de quadros a princípio pode soar estranho, as pessoas podem não saber exatamente o que fazer por não estarem acostumadas a isso. Uma boa saída para esse problema pode estar no que pensa a professora Cristiane: “não importa o olho técnico em si, não é preciso explicar [as obras] ou entender o que o autor gostaria de representar, até porque a pessoa que sabia o que elas significam, que seria o próprio autor, já está, muitas vezes, morta”.

Visitar uma exposição de arte como a de Miró é olhar os quadros, perceber as linhas, as cores e os contornos, observar as estranhas esculturas e descobrir quais lhe agrada, quais não, sem a obrigação de entender o porquê ou de gostar.

A exposição de Joan Miró – artista do movimento surrealista do século 19, nascido em  Barcelona, no dia 20 de abril de 1893 – no Instituto Tomie Ohtake, levava o nome de “A Força da Matéria” e reúne pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e alguns poucos objetos que eram os pontos de partida para suas esculturas, além de vídeos que explicavam como ele criava algumas de suas obras e fotografias suas e de seus ateliês.

No começo de sua carreira, seus traços eram mais complexos se comparados com suas últimas obras, que eram mais intensas. O uso de cores como preto, vermelho, azul e amarelo se tornou mais constante. Essa pintura “simplificada” desafiava os padrões da pintura de cavalete da época.

 

Galileu Galilei

Uma exposição de arte pode ser pouco usual, no entanto, ir ao teatro não é assim tão difícil de se imaginar. É quase como ir ao cinema: você entra, senta em seu lugar e assiste ao espetáculo. Acontece que, no teatro, por mais que o roteiro inicial seja como o de um cinema, a profundidade, o envolvimento e a catarse que se tem com uma boa peça são bem maiores. A de Bertolt Brecht, um dos maiores nomes da dramaturgia mundial, chamada “Galileu Galilei”, que tem a direção de Cibele Forjaz e conta com um maravilhoso elenco que inclui, entre outros artistas, Denise Fraga e Rodrigo Pandolfo, é esse tipo envolvente de peça.

Ela trata da vida de Galileu Galilei, cientista, matemático e ser humano que, no século XV, negou a autoria de suas descobertas, aquilo em que acreditava e que tinha conquistado com o suor de seu trabalho, para não ser queimado na fogueira da Inquisição, mas, mais do que isso, a peça traz diversos outros pontos que estão muito ligados com a sociedade da época e com a atual.

A atriz Denise Fraga, idealizadora e protagonista da peça, atendeu aos alunos e professores ao final do espetáculo. Sobre a montagem, ela explicou: “parando para estudar a peça, conseguimos perceber como Brecht e Galilei são análogos. Ambos queriam comer bem, fazer bem seu teatro ou sua ciência, mas para isso ambos precisavam fazer concessões. Porém, a questão deve ser: até que ponto você se vende? Galileu, mesmo exilado, mesmo derrotado pela santa inquisição, usou seu resto de luz das noites claras para terminar seu livro e eu sempre saio dessa peça fazendo essa pergunta a mim mesma: até que ponto eu me permito fazer concessões para permanecer em determinado grupo ou no meu emprego etc? E o mais importante, o que eu posso fazer com meu resto de luz das noites claras?”.

Além desta sábia análise, outros trechos da peça produzem reflexões interessantes: “Miséria não é condição para a virtude” e “Infeliz da terra que precisa de heróis”.

Ambos, peça e exposição, são atividades que valem a participação. Além de serem uma alternativa às atividades rotineiras, trazem pensamentos  importantes para a vida e para a sociedade, além de serem muito divertidas!

 

Peça Galileu Galilei

Onde? Teatro TUCARua Monte Alegre, 1024 – Perdizes – São Paulo – SP

Quando? A peça estará em cartaz até 30 de agosto

Quanto? Sextas R$25 a meia para estudantes / Sábados e Domingos R$35 a meia para estudantes

Joan Miró – A Força da Matéria

Onde? Instituto Tomie Ohtake, Rua Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo – SP

Quando? A exposição vai até 23 de agosto, De terça a domingo, das 11h às 20h

Quanto? Entrada R$ 10 (grátis às terças-feiras)

 

 

1967, bronze
Joan Miró, Mujer, 1938, Lápiz de color, pastel, tinta china, aguada y gouache sobre papel

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2

Joan Miró, Mujeres, pájaro y estrellas, 1942. Lápiz, lápiz blando, pastel, tinta china y acuarela sobre papel, 42,5 x 79 cm

 

exposição1

 

 

 

 

 

exposição2

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