Sarau, nosso sarau

Sarau é uma reunião entre amigos, onde há música, declamação de poemas, encenação de peças de teatro, entre outras atividades culturais. No Cotuca, o sarau hoje é um tempinho no mês em que podemos sentar e ouvir música no pátio, prestigiando amigos e conhecidos dispostos a se apresentar.

Essas atividades em nossa escola tiveram início com a bibliotecária Jacqueline Françoise Neptune, que trabalhou na escola entre os anos de 1995 e 2011. Quem deu continuidade e maior voz aos saraus foi a ex-professora Júnia Regazzini Verçosa.

Por volta do ano 2000, Jacqueline fazia pequenas reuniões com alguns poucos alunos e um ou dois professores que liam poesias, pequenas crônicas e tocavam e cantavam músicas. No fim de 2002, Júnia tornou-se coordenadora da Comissão de Biblioteca e, influenciada por Jacqueline, começou a planejar saraus maiores em que mais pessoas pudessem participar, apresentando e assistindo. O primeiro evento oficial do Cotuca aconteceu no segundo semestre de 2003 e passaram a ocorrer uma vez ao ano. Como teve uma boa aceitação do público na escola, logo passou a ocorrer 2 vezes ao ano, e hoje temos dois minissaraus por mês. 

Essa prática cultural tem sua história. Os saraus tinham grande prestígio, eram feitos para a côrte e as classes altas, porém com o tempo foi se difundindo entre o povo. Hoje qualquer um que quiser pode montar um sarau, precisando apenas de alguns amigos, alguns instrumentos e poemas, boa vontade e voilá: um sarau em potencial.

Agora no ano de 2015, graças a um projeto do Departamento de Humanidades, coordenado pela professora Cristiane Megid e pelos monitores Murilo Galhardo – que por vezes também se apresenta -, de Arte, e  Camilla Schultz, de Língua Portuguesa, temos os “minissaraus”, que acontecem uma vez por mês no horário do almoço e do jantar. Isso permite aos alunos, professores e funcionários saírem, mesmo que por um breve período, da rotina da escola, muitas vezes bastante cansativa.

Existe uma minuciosa preparação por trás do sarau, por parte dos organizadores, mas também por parte daqueles que se apresentam. “Temos que fazer uma lista de tudo que utilizaremos, desde microfones e aparelhos de som, até cadeiras, depois passamos para a professora Cristiane, que procura a direção para agendar horários livres e acertar as autorizações”, informa Murilo.

No caso dos alunos, há diferenças na forma como cada um escolhe as músicas. Douglas Cardoso, aluno do 2º ano de Enfermagem, diz que gosta de cantar algo que as pessoas conheçam e se identifiquem. “É muito gostoso ouvir todo mundo cantando junto com você!” Portanto, ele escolhe músicas conhecidas dos estilos de que mais gosta. Já Clara Nakamura, estudante do 3º ano, também de Enfermagem, que canta em conjunto com alguns alunos do curso de Mecatrônica, conta que, para escolherem a música, cada um dá a sua sugestão e entram num consenso de qual é melhor.

“Muitas vezes, as pessoas têm medo de se apresentar, talvez por quererem mostrar coisas que não são o que a maioria está acostumada a ouvir, ou por acharem que não vão agradar. Porém, é fácil se cansar do usual e num grupo tão grande e diversificado como o que temos em nossa escola, a oportunidade de agradar alguém é enorme. Vale a pena tentar!“, lembra Júlia Ulbrich Tavares, aluna do 2o ano de Eletroeletrônica.

sarau

Murilo lembra que falta um pouco de diversidade nos eventos, em relação aos estilos musicais e nos tipos de apresentação. “No último minissarau que tivemos, cantei um rap no horário do jantar e nunca tinha ouvido ninguém cantar algo do gênero. No próximo, gostaria de tocar algo como samba ou reggae, que também não são estilos musicais muito comuns nas apresentações”.

O próximo minissarau será no dia 25 de agosto. Fique atento às próximas edições do evento na página do Facebook.

1 Comentário

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Ana Montenegroresponder
setembro 06, 2015 em 08:09 AM

5 de setembro de 2015
Querida Julia Ulbrich,
Seu artigo foi muito bem escrito e abrange um tema muito interessante, tendo em mente que a grande maioria dos alunos do COTUCA adoram o sarau, por ser uma distração no meio de tanto estresse e estudo, foi muito bom saber suas raízes e como surgiu.
Acho que poderia trazer mais fotos em seus próximos artigos, pois se trata de um evento onde muitos se envolvem e o clima é gostoso, de interação de vários cursos e anos. Gostaria que você escrevesse mais, pois essa matéria está realmente incrível.
Beijos,
Ana Montenegro

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