As Estrelas do Abismo

Perdeu-se nas estrelas ao cair no abismo
Os olhos fixos no céu enquanto caía
Perdeu-se em memórias e delírio
Loucamente abraçando a morte

Em vida, nada além dela teve
Mas ao tê-la de modo definitivo e verdadeiro, admira tamanha sorte
Os olhos continuam fixos nas estrelas, as quais são lindos olhos brancos
Diferem dos de seu amado apenas na cor

Para reencontrá-lo parte
Ao ver o rosto em seus delírios
Plumas surgem no abismo
Um repouso tranquilo e sereno a invade
As penas de seu anjo finalmente a seguram novamente
Ela está passeando em suas asas, como antigamente
Antigamente, antes da morte o levar

Quando a vida não era morte, sorria
Agora que a vida realmente se faz morte, sorri mais intensamente
Afinal, é iminente o saciamento da saudade
Em seus delírios se perde e aprecia os lindos olhos brancos no céu
Diferem apenas na cor dos de seu amado
Irá reencontrá-lo

Estrelas sempre a observaram
Logo após a partida dos originais
O anjo a convocava para o reecontro, desde o início
Mútua dor, enfim seu fim

O delírio, por fim, é finito
Não mais vê, não mais sente
Naquele abismo escolhido para a partida
A morte também a abraçou loucamente

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