Todos contra o mosquito

O mosquito Aedes aegypti, proveniente da África, é o principal responsável pela transmissão da Chicungunya, dengue e do temido Zika vírus. Apesar de ter menos mortes relacionadas a si do que a dengue, o Zika vírus é o assunto da vez. Supostamente responsável pela má formação craniana em fetos, a doença tem causado terror por todo território nacional e também ao redor do mundo. Com as Olimpíadas chegando, os olhos de todo o mundo se voltam para o Brasil, onde os mais diversos tipos de solução têm sido propostos para conter essa epidemia.

GOVERNO FEDERAL

O governo federal deu início a uma campanha contra o mosquito, envolvendo todos os seus ministérios,  além de presidentes de empresas, bancos públicos, ministros e secretários executivos. A campanha conta com diversas ações com o intuito de reduzir focos da doença e conscientizar a população sobre os riscos.

 

Cerca de 220 mil militares foram mobilizados e 326 cidades receberão apoio na identificação de situações de risco, busca por criadouros e disseminação de informações sobre as doenças. O governo pretende espalhar uma campanha contra o mosquito no rádio e na televisão, à qual será vinculado o tema “zika zero”, que já é uma hashtag nas redes sociais.

O governo também lançou o “plano de enfrentamento ao Aedes e à microcefalia”, constituído de três etapas: prevenção e combate ao mosquito, melhoria no atendimento a gestantes e a crianças com microcefalia e incentivo a pesquisas sobre o mosquito e a Zika. Em relação à terceira etapa, o governo fechou um acordo internacional que busca desenvolver, com agilidade, uma vacina contra a Zika. Trabalharão em conjunto o Instituto Evandro Chagas (IEC) e a Texas Medical Branch University, dos Estados Unidos; A pesquisa e os testes desenvolvidos simultaneamente por ambas as instituições buscam agilizar o processo. Para isso o governo gastará cerca de 10 milhões de reais.

Uma campanha também será desenvolvida nas escolas com o intuito de conscientizar crianças e adolescentes. Cerca de 40 milhões de estudantes, da rede pública e particular, serão atingidos, além de 7 milhões do ensino superior. A ideia é que os alunos levem a conscientização para casa e passem a cobrar de suas famílias o combate ao mosquito.

 

INSTITUTO BUTANTAN

Na linha de frente dessa batalha está o instituto Butantan, que pretende desenvolver um soro destinado a grávidas que contraírem Zika. Diferente da vacina, o soro não faz com que o organismo produza anticorpos, mas sim traz anticorpos que reduzem o efeito do vírus. Além disso, o instituto também busca desenvolver uma vacina contra o vírus, de acordo com Jorge Kalil, diretor do Butantan, a primeira fase já foi iniciada. “Os passos iniciais são isolar o vírus, colocá-lo em cultura, sequenciar [DNA], ver se ele cresce bem,esses são passos laboratoriais.”

Uma vacina contra a dengue vem sendo desenvolvida pelo mesmo instituto. A fase final dos testes já foi autorizada pela ANVISA; a vacina será aplicada em 17 mil voluntários de 2 a 59 anos em diversas cidades brasileiras. O Butantan é capaz de produzir cerca de 500 mil doses da vacina por ano, mas a construção de uma nova instalação pretende aumentar esse número para 60 milhões.

 

INOVAÇÕES

A empresa britânica Oxitec propôs uma solução que para muitos parecia loucura: liberar mais mosquitos na natureza. Esses mosquitos, todos machos, são geneticamente modificados para gerarem descendentes que não chegam à fase adulta, logo, não podem se reproduzir. O mosquito transgênico procura uma fêmea para fecundar, desse modo, deve roubar o lugar do macho comum na natureza e reduzir o número de mosquitos das próximas gerações. Como apenas as fêmeas do Aedes aegypti picam, liberar os mosquitos machos na natureza não aumenta o número de transmissores da doença.

A iniciativa foi desenvolvida por alunos da universidade de Oxford, no Reino Unido, que mais tarde fundaram a empresa. Alguns desses mosquitos foram soltos na cidade de Juazeiro, na Bahia, e a população selvagem do Aedes reduziu-se em 80%, além disso, no bairro Cecap(Eldorado) em Piracicaba, após os mosquitos modificados serem soltos, o número de casos de dengue em 2015 caiu para 9 em contraponto aos 124 de antes do experimento.

Diversas cidades passaram a utilizar aplicativos de celular para receber denúncias de possíveis criadouros do mosquito. Um desses, o “Observatório do Aedes aegypti”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN) funciona a partir de geolocalização e relaciona as denúncias de criadouros com a informação sobre quais regiões apresentam casos das doenças. O aplicativo envia as informações coletadas para as prefeituras estaduais.

 

COTUCA

No Cotuca, inspeções são realizadas sistematicamente pelo setor de vigilância em saúde da prefeitura de Campinas. A direção do colégio afirma que são realizadas observações constantes de pontos suscetíveis ao desenvolvimento do mosquito, principalmente após eventos de chuva. Além disso, a direção, em conjunto com o Departamento de Enfermagem, realiza anualmente um trabalho no colégio, cujo resultado é divulgado em forma de banners. Vera Lúcia de Matos, diretora administrativa do colégio, afirma: “Este trabalho tem nos ajudado muito  a manter nossa extensa área livre de focos.  Desta forma, Departamento e Direção atuam em conjunto nas ações de prevenção e combate”.

1 Comentário

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Editorial – 3ª edição – Conexão Cotucaresponder
abril 16, 2016 em 04:04 PM

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