A cultura da vez foi o branco que fez

Como é o brasileiro e sua cultura? A resposta para essa pergunta sempre nos enche de orgulho: “a cultura brasileira é uma mistura de povos e etnias”. Mas será, mesmo, que conhecemos toda a nossa história, ou só parte dela?

 

Segundo o censo de 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atualmente a população que não se considera branca chega a mais da metade do total de brasileiros, mas, por vários motivos, entre eles o forte eurocentrismo no ensino, muito da história desses povos no Brasil foi perdida, chegando ao ponto de descendentes dessas culturas não saberem sobre seus parentes e suas origens. Conhecer essas culturas é essencial para a formação de todos os brasileiros, porque a degradação da identidade desses povos afeta diretamente a história do país por ser formadora de grande parte dela.
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A pequena quantidade de negros alfabetizados e em universidades, a redução das áreas de reservas indígenas e o preconceito são alguns dos numerosos impactos da falta de conhecimento em relação a essas culturas. Sendo assim, a apresentação desses temas é muito importante para a inserção mais efetiva desses povos na sociedade brasileira e sua continuidade cultural, que ocorrerá principalmente através de uma educação consciente.
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Em 2003, foi instaurada a Lei 10.639, que acrescenta dois artigos à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e estabelece o ensino de história e cultura afro-brasileira por meio de temas como história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. Cinco anos depois, a lei nº 11.645 foi sancionada e passa a incluir também o ensino sobre as populações indígenas.

 

A inserção dessas leis de forma efetiva nas escolas vem ocorrendo de modo lento, mas promissor. Cursos de preparação para professores sobre esses conteúdos têm sido ministrados. Recentemente a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) deu um grande passo em termos de recuperação da cultura e identidade indígena, fazendo uma parceria com o povo indígena Paiter Suruí para a criação de uma universidade indígena em seu território.

 

A apresentação de livros de autoria negra e  indígena é uma ferramenta muito impactante e importante não só para os níveis fundamental e médio, mas superior também, em que se formam cidadãos que terão uma visão mais clara em relação a esses assuntos para passar as pessoas com percepções ainda em desenvolvimento.

 

 

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